O rádio liga como todos os dias naquela hora...
Tirando-a do profundo sono.
Nada profundo para dizer a verdade.
Seus olhos já estão abertos, poderia apostar que há horas.
“Dois rios inteiros
Sem direção”
Ela se olha no espelho enquanto penteia o cabelo
“Pelo menos são dois rios...”
Espera!
“Pelo menos são dois rios o escambau!”
Seus olhos se apertam e ela encara o reflexo que protesta seus inúmeros pensamentos.
“E por que não pode ser só um rio? Por que um rio tem que estar pré-disposto o tempo inteiro a encontrar outro rio? Por que ele não pode simplesmente seguir sozinho, cortando caminhos, seguindo por matas e cidades? Simplesmente seguindo... afinal, às vezes o que ele necessita e deseja, não seja outro rio. Mas sim o mar. Imenso e desconhecido mar.”