domingo, 6 de junho de 2010

Uma diferente forma de amor



Em um dia que o vento praticamente me arrastava até a porta da minha sala de provas eu parei para perguntar à Th sobre uma questão de geografia da qual eu não conseguia lembrar a resposta certa. Depois de me relembrar sobre o Japão ela jogou uma bomba em cima de mim e de outras meninas que estavam conosco contando que disse, meio que de brincadeira, ao namorado sobre o que ele achava deles terem um relacionamento aberto. Para a surpresa dela, ele não entendeu que era uma inocente brincadeira e aceitou a proposta. Ela, por outro lado, não conseguiu pensar em nada para dizer e acabou no outro dia pedindo socorro a nós sobre o que fazer depois da mancada que tinha dado.
Assim, depois de responder coisas sobre Mao Tsé-Tung e Era Meiji eu entrei no meu quarto pensando sobre o episódio inédito que eu gostaria de lembrar a Th pelo resto da vida dela: O relacionamento aberto.
Coincidentemente esse assunto ja estava nos meus arquivos de Guardados Para Mais Tarde depois de um episódio de House (que eu não vejo a hora de uma nova temporada) onde um casal vivia um relacionamento assim.
Depois desses dois casos o assunto começou a me rondar ou talvez ele ja me rondasse e era eu que não o dava atenção, enfim... pensando sobre todos os prós e contras e todas as variedades lembrei de uma música que fala no começo dela sobre duas pessoas ja comprometidas que se conhecem e se apaixonam. A partir daí parei um pouco com minha idéia de compromisso amaroso e fui para a amizade.
Não que seja a mesma coisa, ja dizia a minha mãe, mas se você pensar bem e deixar as coisas no branco e preto básico vai perceber o quanto amizade e amor podem se parecer. Afinal, os dois são amor, certo? Diferentes, mas amor. Se não fosse assim não diriamos eu te amo para os amigos, não é?
Dessa forma parei para pensar no quanto é bom quando se tem varios amigos. Existem sempre os melhores. Aqueles que você mais confia, mais sai, mais brinca, ou seja, aqueles que você mais ama. E você os ama, o que não significa que fique só com eles e se feche para outras amizades, que aliás, podem vir a se tornar uma das melhores e as vezes até tomar o lugar de outra que ja estava desgastada. E ninguém julga isso de forma negativa, apesar de que conheço mais de meia duzia de pessoas que abominam o relacionamento aberto.
Então, se é assim na amizade, porque não pode ser aplicado aos outros sentimentos. Não vejo problema nenhum em amar mais de uma pessoa e se você sente que não precisa de mais ninguém e que não quer mais ninguém, então essa seria uma escolha sua e não uma das condições de um namoro, casamento, ou seja lá o que mais. Para mim, relacionamentos abertos funcionariam muito mais, pois não haveria traição e as pessoas deixariam de lidar com seus parceiros como objetos chamando-os de meu.
Contei essa minha tese para a Th no dia seguinte que pensa que não teria realmente problema com Rn ficando com outras mulheres já que o que ele sente por ela e ela por ele é maior do que algo físico. E depois de dizer isso ela contou que Rn tinha sugerido no outro dia mais tarde que era melhor deixar essa idéia de relacionamento aberto de lado e que ela havia concordado desisteressada por fora, mas aliviada por dentro.