terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quando dei por mim,



estava em outro canto.

Onde as janelas estavam abertas,

a porta destrancada

e as flores brotavam no jardim.

Obrigada Sol, pelas flores no jardim.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Trovejando



No meu mundo, troveja desespero e agonia.
Enquanto ando descalça pela casa com uma caneca de café em minhas mãos, meus espíritos vagueiam pela cidade à procura.
O ar que adormece em meu peito pede clemência ao vento que o aprisiona, sufocando-me.
As bocas ao meu redor se abrem para sorrisos aparentes e eu ali, observando e tentando compreender porque a felicidade não retorna.

O Lixo no Canto da Sala


Olho para o relógio e recorro à porta.
Passo a mão nos girassóis laranja, que estão na mesa de centro, e sento-me na principal poltrona.
Aliso meu vestido e ponho a mecha do meu cabelo atrás
da orelha.
Vejo o fundo da sala pelo canto do olho e ignoro o lixo espalhado por lá.
Abro a janela para que os papéis espalhados se juntem.
Olho novamente os ponteiros de hora e minuto. Quando escuto passos do outro lado da escada.
Sinto o perfume no espaço e entrelaço minhas mãos em cima de minhas pernas cruzadas.
Os passos param e a chave entra na fechadura.
A porta abre, fecha e os passos passam por mim.
Respiro fundo, sento no fundo da sala e recolho o lixo.

A Força e o Esforço para Alcançá-la

“Você precisa buscar forças.”
Como?
Como buscar forças dentro, quando o que há por dentro é dor. Somente a destroçável dor.
Depois de dois anos buscando, a força para buscar acaba.
Dessa forma, o único sentimento que invade o segundo após o despertar, é a tristeza e a solidão. E invadido, você se torna a presa e seu corpo passa a ser o pior predador.