terça-feira, 30 de novembro de 2010

“As pessoas que mais te importam são tiradas de você, muito rápido.”



Se há quatro anos dissessem que vocês não estariam aqui ao meu lado, juro que daria um soco neles.
Afinal, eles estariam plenamente errados.
Pois todos nós juramos eternidade.
Quem diria...
Eu teria quebrado a mão.
Essa eternidade durou tão pouco.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quando dei por mim,



estava em outro canto.

Onde as janelas estavam abertas,

a porta destrancada

e as flores brotavam no jardim.

Obrigada Sol, pelas flores no jardim.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Trovejando



No meu mundo, troveja desespero e agonia.
Enquanto ando descalça pela casa com uma caneca de café em minhas mãos, meus espíritos vagueiam pela cidade à procura.
O ar que adormece em meu peito pede clemência ao vento que o aprisiona, sufocando-me.
As bocas ao meu redor se abrem para sorrisos aparentes e eu ali, observando e tentando compreender porque a felicidade não retorna.

O Lixo no Canto da Sala


Olho para o relógio e recorro à porta.
Passo a mão nos girassóis laranja, que estão na mesa de centro, e sento-me na principal poltrona.
Aliso meu vestido e ponho a mecha do meu cabelo atrás
da orelha.
Vejo o fundo da sala pelo canto do olho e ignoro o lixo espalhado por lá.
Abro a janela para que os papéis espalhados se juntem.
Olho novamente os ponteiros de hora e minuto. Quando escuto passos do outro lado da escada.
Sinto o perfume no espaço e entrelaço minhas mãos em cima de minhas pernas cruzadas.
Os passos param e a chave entra na fechadura.
A porta abre, fecha e os passos passam por mim.
Respiro fundo, sento no fundo da sala e recolho o lixo.

A Força e o Esforço para Alcançá-la

“Você precisa buscar forças.”
Como?
Como buscar forças dentro, quando o que há por dentro é dor. Somente a destroçável dor.
Depois de dois anos buscando, a força para buscar acaba.
Dessa forma, o único sentimento que invade o segundo após o despertar, é a tristeza e a solidão. E invadido, você se torna a presa e seu corpo passa a ser o pior predador.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O bêbado e o equilibrista


Conheço algumas pessoas que não fizeram faculdade da mesma forma que conheço pessoas que fizeram doutorado.
Uma dessas pessoas que não fez faculdade é extremamente feliz e me faz rir todos os dias da minha vida.
Já uma das que fez doutorado é um porre que vive reclamando da vida e descontando sua raiva nos outros.
A sociedade dita que se não fizermos faculdade, não trabalharmos em algo convencional e não ganharmos rios de dinheiro, a vida será uma merda.
Tenho para mim que tudo isso é um grande monte de besteira.
O curso que você se inscreve no vestibular me parece algo efêmero perto do que a vida é realmente.
No meio do curso você pode mudar de idéia ou talvez você mude de idéia depois de treze anos trabalhando naquela área.
Profissão não é sinônimo de vida.
Às vezes um mendigo viveu muito mais do que um grande proprietário.
Às vezes um bêbado viveu muito mais do que um sóbrio.
Às vezes um equilibrista viveu muito mais do que um empresário.
Ou às vezes não.
Pois viver é sinônimo de momentos. E normalmente os que valem ser lembrados são os mais simples possíveis.

A falta que ele faz


Vejo você escapando de meus braços e escorregando pelos meus dedos.
Percebo o seu Adeus de longe e tento gritar.
A voz não sai. Não sai por desespero, não sai por medo.
Medo de sofrer, de chorar, de cortar, de arranhar, de sentir dor por você.
Depois de setembros lentos e vazios, você decide voltar em um fevereiro.
Pela segunda vez, te dou uma chance, abro os meus braços e meu sorriso.
E a segunda chance sangra antes mesmo de abril.
E em julho já não me lembro da sensação.
Assim, em novembro, escuto cantarem sobre você, falarem sobre você e te exporem aos olhos alheios.
E no Ano Novo me pergunto: Onde está, que não aqui, dentro de mim?